Com as tentativas de normalização do funcionamento da economia no mundo, muitas empresas, incluindo as do ramo de entretenimento e empresários se mostram animados, refletindo no aumento das ações na bolsa de valores. Mas, assim como toda crise, é certo que isso irá acarretar em mudanças para o mercado e que também irá afetar claramente a indústria do entretenimento. Portanto, o meio geek também sofrerá mudanças após o período de pandemia.
As ações na Ibovespa estão retomando sua valorização, mostrando que os investidores estão apostando na normalização da economia. Hoje (15), a bolsa está com alta de aproximadamente 1,34% contabilizando um número próximo de 101 mil pontos. Sendo assim, o agravamento desse momento de pandemia para a economia não está sendo mais especulado pelos especialistas e grandes empresários. Sendo assim, as expectativas de recuperação da economia são animadoras.
Apesar das boas expectativas, muitas empresas fecharam as portas neste ano, muita gente perdeu seus empregos e o mercado precisou inovar. Trabalhar após a pandemia não será da mesma forma que antes. Obviamente, todos deverão se esforçar assim como foi antes, mas agora com o mercado digital, delivery, shows e outras formas de trabalho que estão sendo executadas com mais frequência através da internet e será possível ver novos nichos de mercado surgindo, principalmente novos método de execução das atividades dos trabalhadores.
Confira agora algumas das questões mais pertinentes no mundo nerd/geek sobre a economia pós-pandemia:
1. Quais mudanças podemos esperar no mercado após essa crise?
Como dito anteriormente, muitas empresas estão precisando inovar e, por conta de uma questão cultural, as corporações brasileiras não adotaram antes as atividades de home office e preferiam alugar grande espaços. Com as atuais mudanças, esses gastos ficarão bem claros e deverão ser evitados. Ou seja, muito provavelmente as companhias brasileiras tomarão esse método como necessário para um melhor aproveitamento de suas economias.
Outra mudança muito importante será das reuniões corporativas. O gasto para realizar reuniões presenciais entre profissionais de estados diferentes é muito alto. Dependendo da distância, é preciso se deslocar através de voos caríssimos, sendo necessária a realização dessas atividades de forma on-line em muitas ocasiões.
A indústria do entretenimento já está se adaptando, principalmente porque boa parte da renda desse meio vem das bilheterias de grandes eventos, como shows, peças de teatros, cinemas e outros tipos de apresentações. Pode se esperar, também, a realização de mais eventos virtuais, como palestras on-line, lives de bandas conhecidas promovidas por grandes marcas. Além disso, os serviços de streaming passarão a ser ainda mais comuns no cotidiano das pessoas.
2. Sangue novo no mercado digital e uma grande adaptação das pessoas aos novos formatos.
O mercado contrata pessoas de várias idades, inclusive as que nasceram em uma geração menos conectada com a internet. Portanto, para as pessoas que não estão acostumadas a realizar suas atividades cotidianas através dos aparelhos de smartphones, tablets, notebooks ou computadores, será necessária uma grande virada de chave e uma adaptação a um novo formato de trabalho, onde agora as pessoas estão mais conectadas e comprando através da internet.
Obviamente, algumas atividades demandarão mais foco e atenção e se não tiver um espaço adequado para trabalhar em casa, isso também poderá se tornar um grande problema. Um bom exemplo disso é uma sátira sobre home office do Porta dos Fundos, mostrando justamente como essas distrações podem ser prejudiciais para quem trabalha em casa. Ou seja, será muito importante que, nos próximos anos, o empregado trabalhe em casa e tenha um espaço adequado e com o mínimo de distrações possível.
A maioria dos investidores entendem que já estamos no futuro e que esse futuro é o mercado digital. Além disso, a nova geração já vem se preparando para isso há um bom tempo. Mesmo com os problemas do home office, esta atividade tem oferecido um retorno financeiro melhor para os investidores, podendo ser observado pela contratação de muitos terceirizados nos últimos anos.
3. E para quem já está com saldo negativo, existem opções? Retornar à empregos tradicionais é uma delas?
Muitas empresas decretaram falência durante o período de isolamento social e têm esperança de receber algum auxílio do Governo para retomar suas atividades, porém essa não é uma opção muito confiável já que muitos países de grande importância para a economia mundial decretaram estado de calamidade pública, precisando utilizar boa parte do seu produto interno bruto (PIB).
Uma das alternativas é recorrer aos bancos, através de crédito pessoal, por exemplo. Mas é muito importante que o investimento seja feito com base em estudos de mercado para evitar prejuízos, porém, o mais importante ainda é tentar desenvolver algo e não ficar parado. Caso tome a decisão de recorrer aos bancos, poderá contar com uma série de opções para quem precisar fazer algum investimento.
Quem não quer optar por nenhum desses caminhos, porque não pode ou porque tem medo, resta começar do zero, então. Toda opção legal é válida, porém, o mais importante é começar seja retomando algum emprego antigo ou vendendo bombons, brigadeiros ou água. Sempre existe alguma forma de trilhar um caminho de sucesso.
4. E a alta do dólar, prejudica ou beneficia o mercado brasileiro? E quanto ao mercado digital e de eletrônicos?
A ascensão do dólar vem desde o final dos anos 90, porém o brasileiro não pode se acostumar com isso, porque de modo geral a alta do dólar oferece mais danos à economia do Brasil, o único benefício da alta do dólar é que o Brasil consegue fazer mais exportações oferecendo matéria prima por um preço mais baixo aos outros países.
Já para os consumidores brasileiros do mercado de eletrônicos, a alta do dólar afeta em níveis absurdos. Obviamente que os preços de produtos eletrônicos no País não têm seu valor alto somente por conta do dólar. As taxações são ainda mais intrigantes quando são adicionadas, fazendo com que produtos eletrônicos que custam em torno de U$ 90,00 cheguem ao Brasil custando aproximadamente R$ 800,00.
A venda de um produto digital está intrinsecamente conectada com a venda de produtos eletrônicos que é sua principal vitrine. Quando o preço do dólar afeta a venda de smartphones, computadores e tablets isso acaba diminuindo a quantidade de consumidores de produtos digitais. Portanto, a alta do dólar é prejudicial para esse mercado e no caso do Brasil, que tem esse mercado em ascensão, o dano é ainda maior.
5. O dólar pode retornar ao valor que costumava ter em 2013 ou mesmo nos anos 90?
O Brasil é um país muito beneficiado geograficamente, portanto tem potencial para ser uma das 3 maiores economias do mundo, se não a maior, mas está distante disso. O que mais afeta o País são as decisões políticas e claro que a alta do dólar está ligada diretamente a isso.
O País poderia sim ter sua moeda valorizada novamente, mas depende de uma boa gestão econômica e de políticos que tenham conhecimentos nesta área para facilitar as aprovações de projetos que ajudem o Brasil a sair desse declínio econômico e o preço do dólar seja menor que nos anos 90.
6. Esse é o momento de investir na bolsa? Ou é melhor aproveitar esse momento para ter novas ideias de negócios?
Ambas as opções são ótimas alternativas para tirar proveito da crise, com a retomada das atividades cotidianas do mercado, o crescimento econômico é praticamente certo e o consumo voltará a ser rotina dos brasileiros. Muitas ações caíram no começo da pandemia e quem aproveitar este momento de retomada para fazer seus investimentos, terá chances de retornos melhores e ainda irá contribuir para que as empresas retornem às suas atividades normalmente.
Em muitos anos as pessoas não tiveram um momento tão bom para pensar em novas ideias de negócios como agora. Muita gente foi obrigada a ficar em casa e ainda precisa ficar por conta da pandemia, aproveitar o tempo que se gastaria enfrentando o trânsito cotidiano é, com certeza, uma excelente forma de reverter os problemas da crise.
7. Quais projetos têm mais chances de crescimento nesse período ou posterior a ele?
Atualmente os produtos digitais estão em alta e deverão se manter futuramente visto que a rotina das pessoas será uma mescla do que elas vivem hoje com o que viveram há alguns meses antes desse período de pandemia e também com o que deve surgir.
Como dito anteriormente, o futuro é o mercado digital e o futuro é hoje, então as empresas que não têm presença na internet com certeza não terão destaque no mercado. Além disso, é preciso ser diferente, porque copiar o comportamento de outras não será suficiente para se destacar, as empresas precisarão ser originais.
Empresas que conseguem viralizar terão mais chances de crescimento, pois através da internet construirão um público muito mais engajado e propenso a comprar os seus produtos. Outro passo importante será o investimento em persona, fazendo com que as empresas se tornem influenciadoras e reduza os investimentos em influenciadores digitais.
8. Produção e consumo devem diminuir no meio nerd/geek? O preço do novo Playstation 5 terá um declínio de valor aproximando-se do preço dos seus antecessores. Como isso afetará esse nicho?
Esse grupo de consumidores tende a manter sua rotina de consumo, por exemplo, quem gosta de uma determinada franquia de filmes vai procurar se manter acompanhando sua franquia preferida nos cinemas, o mesmo serve para os jogos, gibis ou HQs. Mas, obviamente, a situação econômica pode alterar esse comportamento. Ou seja, o consumo e produção tende a aumentar se houver uma economia favorável e uma cultura de consumo mais segmentada.
Quanto aos preços dos consoles da nova geração, muito provavelmente seguirá o padrão do mercado de eletrônicos com preços altos por conta das taxações e do valor do dólar.
9. Quanto aos produtos digitais, será que eles vão ser mais valorizados?
Não só serão, como já são valorizados. Muito provavelmente será possível ver a diminuição drástica dos cursos presenciais, por exemplo, porque além dos cursos on-line serem mais baratos é muito mais cômodo para quem tem uma rotina de trabalho apertada. As pessoas evitarão estresses de enfrentar o trânsito da cidade para estudar e farão isso de casa. Além disso, evitarão aguardar o fechamento de turmas para começar a ter suas aula e poderão assistir as aulas quando se sentirem mais a vontade para aprender. Ou seja, produtos digitais como esses oferecem tempo livre e compromisso aos consumidores.
Mídias físicas, como livros, CD’s, DVD’s e Blu-Ray podem ser consideradas objeto de luxo para colecionador. Hoje, são praticamente desnecessárias quando se pode utilizar os serviços de streaming e ter todos esses conteúdos na palma da mão, podendo ser consultado na hora que quiser e evitar acúmulos no ambiente físico.
Visto todos os benefícios que os produtos digitais vêm trazendo para os consumidores, com certeza, eles tendem ser ainda mais valorizados. O que pode se esperar a longo prazo é o desenvolvimento de novos produtos e novas experiências através do consumo do digital.
10. O Brasileiro está preparado para essas mudanças visto que somos um país de agricultores e fazendeiros?
O Brasil de fato, tem suas características próprias, sendo assim, as novas tecnologias devem compor a rotina dos brasileiros de maneira única. Essa geração e provavelmente algumas próximas ainda precisarão de diversos serviços manuais e analógicos por conta de muitos fatores, como a própria cultura do país. Por exemplo, algumas pessoas estão adotando o estilo de vida vegano e consumindo alimentos que não derivam de animais. Graças às novas tecnologias, hoje é possível desenvolver carne sintética e as novas gerações poderão desfrutar disso, evitando se alimentar de animais sem precisar aderir ao veganismo. Ou seja, as novas tecnologias surgirão e mudarão o comportamento dos brasileiros. A própria agricultura já trabalha de forma diferente buscando inovar e utilizar os benefícios das novas tecnologias.
O que acontece é que esses setores poderão ser beneficiados através da inovação em suas áreas e essa busca, muito provavelmente, não deve demorar visto os problemas que surgiram com a COVID-19 neste ano. O mundo todo precisará adaptar suas atividades e evitar depender de serviços mais grosseiros.
Talvez não seja hoje que o Brasil irá implementar tudo que há de novo sobre tecnologias, mas em algum momento isso será necessário, então essa adaptação faz parte da natureza humana. O mundo todo precisará evoluir e se aderir as novas tecnologias.
